Bancos saem do capital da Groundforce
Joana Barros
8 de Abril de 2009
A Groundforce voltou a dar que falar. Desta vez as novidades dizem respeito à estrutura accionista da empresa. Até aqui a TAP detinha 49,9 por cento da empresa de handling e um consórcio de três bancos (Best, Banif e Big) tinham o restante capital. Agora, os 50,1 por cento foram transferidos para a TAP. Mas a gestão da empresa não fica a cargo da companhia de bandeira. Segundo uma nota interna a que o Publituris teve acesso, a gestão da Groundforce passou provisoriamente para a Europartners - Gestão e Soluções Empresariais.Esta decisão surge um ano depois da Globalia ter vendido a sua parte no capital da Groundforce ao consórcio composto pelos três bancos, pelo valor de 31,6 milhões de euros. Desde então que a TAP estava à procura de um investidor para adquirir os 50,1 por cento do capital, o que não aconteceu e levou a companhia de bandeira a adquiri-la pelo mesmo valor transacionado há um ano.
“Por razões de mercado, que a actual crise da economia ajuda a explicar, não foi possível durante os 12 meses decorridos concretizar a venda da Groundforce a potenciais interessados na sua aquisição”, pode ler-se na mesma nota.
Mas esta mudança não significa que a procura de um sócio pára. O documento reforça a ideia de que a TAP está “a desenvolver um concurso para a selecção de uma instituição bancária de investimentos que terá por missão promover a venda da maioria do capital da Groundforce, quer no mercado nacional, quer no internacional”. Com estas novidades, a TAP dá ao mercado um sinal de que o processo está em andamento e reforça o seu desejo de encontrar um sócio, mantendo assim uma posição minoritária.
CT reage com espanto
Contactada pelo Publituris, a TAP escusou-se a fazer comentários. Já a Groundforce não prestou mais esclarecimentos até ao fecho desta edição, ainda assim, fonte da empresa assegurou com a mudança do capital não vai trazer alterações à empresa no imediato.
Da parte da Comissão de Trabalhadores da SpdH (Groundforce) a notícia foi recebida com algum espanto. “Vamos inteirarmo-nos do que se está a passar”, disse João Varzielas, da Comissão de Trabalhadores, que estranhou a gestão adoptada pelo consórcio dos três bancos. “Achamos estranho que três bancos não tenham tido nenhum interesse na gestão da empresa e que não tenham colocado nenhum administrador na Groundforce”, comentou a mesma fonte.
João Varzielas aproveitou ainda para alertar para outra situação: “A TAP está a absorver mais um sector nevrálgico da SPdH, está a absorver funcionários do balcão de emissões”. Segundo o responsável, esta decisão vai descapitalizar a Groundforce.
Colegas parece que dentro da NOSSA Empresa andam uns Senhores muito incomodados pela presença física em papel de comunicados da Comissão de Trabalhadores. A sintomatologia desta doença é caracterizada pela necessidade de coleccionar todos os exemplares, mesmo os que estão afixados, desconhecendo-se o sítio onde guardam tal colecção. Tal só quer dizer que o caminho dos trabalhadores vai no sentido certo.